quarta-feira, 15 de agosto de 2007

justificativa para gostar de novela

gilberto braga tem que ser entrevistado no DCAE logo! andrea del fuego e xico sá disseram no frescobol de odilon alleyona gostar do novelista.

matéria publicada na folha de sp de hoje. leia na folha on line

Cineasta vê "Paraíso Tropical" como "lição" para fazer TV
DA REPORTAGEM LOCAL

Badalado nome do chamado "cinema de autor", Karim Aïnouz ("Madame Satã", "O Céu de Suely"), 36, conta que havia parado de ver TV há anos, por razões "ideológicas marxistas".
Diretor de filmes absolutamente distantes da linguagem melodramática da televisão, Aïnouz se surpreendeu com o convite para a direção do seriado "Alice", do canal HBO, que será veiculado no Brasil e na América Latina em 2008.
Para encarar o projeto, decidiu ver novela. "Assisto a "Paraíso Tropical" todos os dias. Sei tudo o que acontece com a Paula e a Taís", conta, rindo. "Sempre digo que meus filmes não são de história. Meu desafio agora com "Alice" é narrar, fazer as pazes com a narrativa."
Aïnouz, antes da interrupção marxista, era fã de novelas e colecionava discos com as trilhas sonoras. "Essa é a minha referência pop brasileira."
Em "Alice", revela, fará uma homenagem a "Dancin" Days" (1978), escrita por Gilberto Braga, assim como "Paraíso Tropical". Alice protagonizará a cena da entrada triunfal de Júlia Matos (Sônia Braga) na discoteca, calçando sandálias de salto com meias de lurex.
Com "Paraíso Tropical", Aïnouz passou a pensar sobre a necessidade de criar núcleos e não deixar toda a história concentrada na protagonista. "Isso é necessário na televisão, até porque seria impossível que a atriz principal filmasse o tempo todo. Ela ficaria esgotada."
Ele também está atento aos "ganchos", isto é, às cenas exibidas no final de cada capítulo que fazem o público querer assistir ao próximo. "Em "Alice", obviamente, não teremos esse gancho folhetinesco. O desafio é fazer com que o espectador queira acompanhar a história daquela menina", explica.
Já Sérgio Machado, 38, diretor de "Cidade Baixa" (2005), afirma quase nunca ligar o televisor, a não ser para ver DVDs e o canal infantil Discovery Kids com o filho de três anos.
"Novela, nem pensar. Detesto ver algo que não acaba no mesmo dia. Esse é um desafio na hora de escrever os episódios de "Alice". Sempre quero contar tudo de uma vez, e o Karim fica me pedindo para colocar os ganchos", diverte-se.

Preço de cinema
Não foi à toa que a HBO escolheu dois cineastas para a direção de "Alice". Desde que passou a produzir séries na América Latina, o canal optou por uma linguagem mais cinematográfica. No Brasil foi assim com "Mandrake", de José Henrique Fonseca, e "Filhos do Carnaval", de Cao Hamburger, que terão uma segunda temporada.
O investimento também está mais próximo do cinema do que da TV. "Alice" é filmada em película, e a produção de cada um de seus 13 episódios tem orçamento de R$ 1 milhão, financiados majoritariamente por um mecanismo de incentivo da Ancine (Agência Nacional do Cinema). (LM)

Um comentário:

laura caselli disse...

eu li. fiquei aliviada, mas cheguei em um ponto em que posso fazer uma análise comparativa entre o manoel carlos e o gilberto braga. tenho evitado.